Livro: Romeu Imortal
Série: Julieta Imortal
Autor(a): Stacey Jay
Editora: Novo Conceito
Páginas: 319
Classificacao:
Sinopse: Amaldiçoado a viver por toda a eternidade em seu espectro, Romeu, conhecido por seus modos rudes e assassinos, recebe uma chance de se redimir viajando de volta no tempo para salvar a vida de Ariel Dragland. Sem saber, Ariel é importante para os dois lados, os Mercenários e os Embaixadores, e tem o destino do mundo nas mãos. Romeu deve ganhar seu coração e fazê-la acreditar no amor, levando-a contra seu potencial obscuro antes de ser descoberto pelos Mercenários. Enquanto sua sedução se inicia como outra mentira, logo ela se torna sua única verdade. Romeu jura proteger Ariel de todo o mal, e fazer qualquer coisa que for preciso para ganhar seu coração e sua alma. Mas quando Ariel se decepciona com ele, ela fica vulnerável à manipulação dos Mercenários, e sua escuridão interna poderá separá-los para sempre.
Eu estava um pouco com um pé atrás para ler a continuação desta estória de Stacey Jay depois de um ótimo final de Julieta Imortal. Inicialmente, eu imaginava que seria a mesma estória, porém narrada por Romeu (como vi em algumas resenhas), mas na verdade é uma espécie de continuação, porém em uma outra realidade, na qual Ariel não é possuída por Julieta e Dylan não morre no acidente de carro, e sua alma é apenas adormecida para seu corpo poder ser possuído por Romeu por apenas 3 dias.
Não é nenhuma novidade que Ariel é um pouco perturbada por sua péssima alto estima por sempre ter sofrido bullyng por causa de seu passado, refletido em cicatrizes de queimaduras por todo o corpo. Antes de seu acidente com Dylan na outra realidade, ela descobrira que ele só queria ficar com ela por uma aposta, e agora Romeu deverá concertar toda a cagada do rapaz para fazer Ariel se apaixonar por ele — incluindo fazer com que nesta versão da estória, não ocorresse acidente algum. Mas ele não tinha ideia, nem mesmo em tão pouco tempo, que também se apaixonaria por Ariel.
Sabe aquele termo "uma mentira contada mil vezes, vira uma verdade"? Foi a primeira coisa que pensei enquanto lia a narrativa. Romeu acaba caindo em seu próprio jogo de sedução e percebe que Ariel não é tão frágil quanto parece, mas ainda sim, sensível à acessos de raiva e ódio, que poderiam leva-ela para o lado dos Mercenários. E o papel de Romeu, além de fazer Ariel acreditar no amor, é fazê-la ir para o caminho da luz.
Mas o que percebi é uma Ariel extremamente influenciável e sensível, como uma criança que precisa de bom exemplo, proteção e carinho. Mas, como toda mulher adulta, há também pitada de coragem e força. Eu gostei muito como foi a evolução de Ariel nesta versão da história e como ela encarou seus fantasmas com a ajuda de Romeu. Mas Romeu não é santo. Ele já foi um assassino enquanto Mercenário e agora se culpa por isso, querendo se redimir através de Ariel. Para isso, ele tenta ser bom e compreensível o suficiente para conseguir a confiança da garota que ele está aprendendo a amar.
Uma coisa que notei na narrativa que me incomodou um pouco é que algumas vezes uma cena pulava para outra sem motivo algum (ou tinha e eu não percebi, vai saber, rs), deixando-me confusa com uma sensação de um "buraco" no decorrer da estória até descobrir o que estava acontecendo quando algum personagem mencionar o que tinha feito. Custava a Stacey narrar algumas partes que poderiam ter sido interessantes? Por isso a 4 estrelas.
Em uma narrativa gostosa de se ler e envolvente, você fica se perguntando: quando Dylan voltar, para onde Romeu iria? Será que voltaria ao seu corpo podre e decomposto? Se perderia nas sombras? Desapareceria? Tonaria-se um Embaixador da Luz ou Mercenário? O que aconteceria com Ariel? E a pergunta que mais me incomodava até um certo momento da narrativa: onde estaria Julieta neste mundo?
Stacey Jay foi inteligente em mostar, vez ou outra, como estava Julieta neste mundo alternativo. Denominando os capítulos de Intermezzo — "significa interlúdio e refere-se a uma peça musical tocada na metade de uma ópera, entre dois atos, ou entre duas cenas do mesmo ato" (pág. 65) — a autora fez jus à peça de Romeu e Julieta que conhecemos, e mais uma vez, finalizando o livro com um ato surpreendente que me fez ficar encantada!
