Pois então eis que de um dia para outro me surge a ideia de ser "ruiva": por que não? Mudar é bom. Ter aquele medinho e aquela ansiedade com cabelo novo é bom. Lembro-me que ensaiei anos (le-se: ANOS mesmo, sem brincadeira) para eu fazer minhas primeiras mechas loiras, para depois de sofrer o primeiro baque, descolori-lo quase todo. A coragem se tornava maior e eu já fazia o ombré hair em casa. E então, mês passado de uma noite para outra, acordei com vontade de ser "ruiva". E fiquei, e resolvi contar a minha história de amor e ódio. 😊
O iníco de uma novela
Um mês pesquisando tintas, oxigenadas (se deveria usar ou não) e tudo o que há mais de estranho neste mundo das ruivas e meu maior medo era: iria ficar estranho eu pintar de "ruivo" com o meu ombré hair feito porcamente em casa? Li vários posts sobre tonalidades, nuances, cores base etc, e nada muito esclarecedor para cabelos ombré hair. Fui buscar ajuda nos grupos de garotas ruivas não-naturais para buscar algumas dicas e muitas me falaram para usar tintas que tenham base 7 (louro médio) com nuances acobreadas (0.4), ou seja, coloração de número 7.4.
Eu já estava com duas marcas na cabeça depois de tantas pesquisas: Majirel, da Loreal, ou a Igora, da Schwarzkopf. Alfaparf tive medinho porque já ouvi meninas falando que é boa, mas desbota rápido e é difícil pegar a cor no cabelo virgem. OK. Cheguei na loja e a mulher logo quis me tacar uma Alfaparf, mas o medo do desconhecido me dizia não, haha. Perguntei a Majirel 7.4 e a "profissional" disse para mim que esta cor não existia (WHAT?) e me mostrou uma super nada a ver o que eu queria. Ok, mostrei a foto de minha musa Emma Stone com seu ruivo mais fechadinho para ela sacar o que eu estava falando e ela me tacou uma 7.77 e me mostrou no mostruário. Vi a foto… vi o mostruário… bateu aquele medo… mas parecia muito o que eu queria! Mas o medo era incomodante. Cliquei aquele botãozinho foda-se e fui tentar ser feliz.
O teste e o choque
Fiz o primeiro teste de mecha. SENHOR GZUIS AMADO, QUE COISA HORROROSA!!!!, pensei.
Antes que pense: o horroroso para mim pode ser maravilhoso para você. É super relativo, ainda mais para quem nunca na vida se imaginou ruiva até um mês atrás! Foi um baque muito forte. Mais do que quando fiquei loira. E uma coisa interessante… usei oxigenada vol.30 e a raiz ficou muito estranha, como se não tivesse pego NADA de tinta, enquanto o descolorido tinha pegado um tom fortíssimo. Foi ai que chorei.
A revolta e a reviravolta
Eu fiquei indignada sobre o quanto meu cabelo ficou estranho no meu teste de mecha. Como poderia ser possível? Uma oxigenada vol.30 e não ter pegado nada na raiz? SOCORRO, MEU CABELO É UM E.T!
Pesquisei sobre a senhora Igora 7.77 que comprei e de fato tinha um tonzinho mais puxado para o vermelho do que o acobreado que eu queria (apesar de dizer na embalagem: Louro Médio Cobre Extra — tá, né!). Dai, fui pesquisando e me deparei que o segundo "7" do .77 significava máxima intensidade. Ao mesmo tempo fui olhando todo dia minha mecha pintada e via que o desbotar dela estava ficando lindo, haha. Como pode isso, GUIZ? Já no terceiro dia de lavagem começou a sair do vermelhão e indo para um laranjinha gracinha: discreto e fechadinho (não chegou ao tom "cenoura" como eu tinha imaginado).
Vendo o desbotar de minha mecha, minha ideia do horroroso começou a mudar. Comecei a aprecia-la e gostar muito do resultado com o passar dos dias. Mas ainda sim estava intrigada com o fato da raiz não pegar.
Eu estava cansada de procurar várias formas de fazer dar certo (em teoria) e nada me dava ânimo para pintar o cabelo todo, até que ontem encontrei um post no blog Mari Limão comentando um caso igual ao meu: do ombré hair ao ruivo. Entretanto, a tinta não era igual a que eu já tinha comprado. A Mari usou uma 7.43 da Wella. Entretanto, a base era a mesma e o que poderia mudar um pouco era a nuance. Eu já não queria devolver a tinta (pois tinha aberto já um pote da ox e um da tinta para fazer o teste), então teoricamente eu já teria metade do dinheiro jogado fora (pois comprei dois tubos e duas oxigenadas vol.30). Mas depois de ver as fotos do resultado da Mari e continuando a ver fotos da minha Igora 7.77 resolvi cantar um foda-se e então que fui ser realmente feliz.
Fui pensando mais racionalmente e voltando à reflexão sobre o fato da ox não ter "aberto" a cor da coloração do modo como imaginei. Foi quando me deu um clique: pensei sobre o fato do meu cabelo estar bem sujo e oleoso no dia que fiz o teste. Pesquisei e realmente poderia acontecer isso mesmo, que para cabelo oleoso precisa ser lavado no dia anterior à tintura, já o seco pode estar bem sujinho que não tem problema. Raiz muito oleosa não pega tanto a coloração! Meu cabelo é super oleoso na raiz, e no dia do teste não tinha lavado no dia anterior (fora o p*ta Sol daqui de Goiânia — suor aqui é mato, então já viu!). BURRA!, pensei. É CLARO!
A hora H
Já lavei o meu cabelo ontem pensando que hoje seria o dia. Comecei a pensar como eu poderia deixar o cabelo o mais homogêneo possível por causa do ombré hair. Eu já comecei a preparar a tinta pensando que meu cabelo ficaria mega manchado. Sei que a saga ruiva demora meses até atingir o tom que a pessoa quer, então já estava preparada psicologicamente para o pior. Se tudo desse errado eu meteria um DekapColor para tirar o pigmento e botaria um castanho para cobrir a cagadinha que eu iria fazer (olha que ponto cheguei).
Dai pensei em uma solução que é usada para quem quer fazer retoque de raiz. Passei primeiro por toda a raiz do cabelo no cagaço brando. Vou te contar, viu…. isso requereu muita coragem. Nunca me senti com tanto medo! Depois quando cheguei na metade do cabelo, o estrago tinha sido feito. Não podia voltar mais. O medo se fué e foi ocupado pela ansiedade.
Off topic: obrigada Mãe, você merece um troféu por aguentar meus gritos de paúra quando via uma meleca laranja-vivo em minha cabeleira e me sentia uma Mística do X-Men (só que sem a pele azul, óbvio).
Como realizei a coloração
1) Pintei toda a raiz e ao longo do comprimento até onde começava a mecha loira, ou seja, pintei toda a parte virgem primeiro e esperei um catiquinho. Comecei do alto da cabeça e fui descendo até à nuca. Nem sei se é correto, mas para mim deu tudo certo, haha.
2) Já quando tinha terminado de pintar a parte virgem da nuca esperei uns 5min só para inteirar os 15 que eu tinha estipulado no chute (olha minha loucura) que já tinha se passado desde quando comecei a pintar. Depois disso já passei logo pro topo da cabeça, logo na primeira mecha que comecei a pintar no começo com a esperança de chegar até o final no mesmo tempo e tentar homogenizar a cor.
3) Terminando de pintar todo o comprimento do cabelo até às pontas esperei de 25 a 30 minutos porque o loiro pegaria bem mais rápido a cor, enquanto na parte virgem ficaria exatos 40-45min.
O meu cagaço já era grande com apenas o cabelo, então como eu cogitaria pintar a sobrancelha sem nem ao menos ver como o cabelo ficaria antes? Fui medrosa. Pronto. Falei. Ficarei com sobrancelha pretona até me acostumar com o novo tom do cabelo e me aventurar com minhas taturanas depois que estiverem tosadas, haha.
Sinceramente eu não imaginava que poderia pegar logo de primeira o tom em meu castanho médio (?). JURO! Eu realmente achava que ficaria horrível ou em um tom beeem mais fechado que este. Não ficou 100% homogêneo mas eu gostei do resultado e ficou melhor do que imaginei. Sei que nas primeiras lavagens irá desbotar e se for seguir a mesma tendência de minha mecha de teste, eu estou sussa. ;D
Só sei que: fiquei feliz.
E ai, arriscaria mudar tão radicalmente assim? Você conhece alguém ou já se investiu numa saga ruiva também? Se sim, conte-me como foi seu começo (ou de alguma situação parecida e/ou radical), haha.