Pessoalidades

Harry Potter: O fim da infância

A cada cena que se passava mais me caía a ficha que a minha infância e adolescência estavam literalmente acabadas. Só um fanático por Harry Potter que irá entender perfeitamente o que estou sentindo neste momento. Não fiz questão de compartilhar com ninguém a minha emoção ao sentir a ansiedade minutos antes do filme, aquele friozinho na barriga, a tristeza que eu sentia ao ver a morte de alguma personagem querida, ou o grito de felicidade e as palmas que eu batia ao ver uma cena feliz. Essas emoções eram muito íntimas e eu me entregava a elas completamente dentro da sala de cinema, sozinha, e não me importava se alguém me olhava estranho, provavelmente deduzindo que eu era fanática boba e sentimental. Entrei na sala de cinema como uma criança de 10 anos, e saí dela como uma mulher de 20.

Fonte: miraze.tumblr.com

Tive a sorte de pegar uma sessão na hora do almoço. Ninguém se dá muito ao trabalho se sair correndo para ver uma sessão ao meio dia e meio, né? Pois bem, cheguei na cara e coragem, correndo, faltando apenas 10 minutos para começar o filme e quando me deparei… a fila não passava de 5 pessoas! Ri alto, huahsuahuas! Deu tempo de eu até comprar alguma coisa para eu enganar o estômago — que já estava se revirando de ansiedade — e entrar numa sala onde nem estava cheia até a metade. Uma maravilha. Consegui um lugar bem ao fundo, no alto, e ter uma perfeita visão! Catei o meu óculos e me preparei para ver o filme.

Não irei dizer spoiler algum, e para falar a verdade, nem tenho muito o que comentar sobre o filme, de fato. Digo de boca cheia que HP7 foi, de fato, o filme que todo mundo sonhou. Bom, pelo menos, superou as minhas expectativas e a de muitos fãs. Para quem odiou o filme HP6 como eu, sairá de alma lavada nesse último. As duas partes de Harry Potter e as Relíquias da Morte foram perfeitas e, literalmente, destinadas aos fanáticos e leitores da série. Os cenários, situações, diálogos, cenas de amor, magia, e de guerra foram 90% fiéis ao livro. Variações sempre têm, claro, mas de maneira alguma perdeu a essência da estória. É um filme que me fez sentir uma nostalgia pura, emocionando-me com um desfecho esplêndido de uma estória épica da minha vida.

Foi Harry Potter que me levou ao mundo da literatura; meu primeiro livro "grande" a ser lido. Poxa, 263 páginas para mim aos 9 ou 10 anos de idade era uma vida inteira! Mas na realidade não me demorou nem uma semana para termina-lo. Fiquei fascinada, deslumbrada. Eu tinha entrado num mundo onde tudo era possível sem precisar sair do meu quarto.

Não preciso ter uma varinha de plástico, vestir as vestes da Grifinória, ter zilhares de posters em meu quarto e desenhar uma cicatriz na minha testa demonstrar a todos meu amor à Harry Potter. Meu amor eu demonstro em lágrimas e sorrisos, quando leio em meu quarto os livros e quando vejo os filmes com os olhos vidrados na tela. E que se danem os trouxas do cinema que olharam para mim como se eu fosse uma boba sentimental. HP esteve presente metade da minha vida, e sempre fará parte.

Minha infância e adolescência acabou, assim como a dos personagens. É como se tivéssemos crescido juntos. Mas nunca, jamais acabará a magia que J.K. Rowling colocou em minha vida. Hogwarts nunca deixará de ser uma espécie de lar para mim, e sempre me ajudará quando eu estiver precisando dela. Harry nunca deixará de me ensinar que é necessário coragem, humildade e força para enfrentar as dificuldades da vida. Hermione sempre irá me incentivar a unir a razão e inteligência, com o coração, bondade e instinto. E Ron, meu personagem (lindo, maravilhoso e meu, cof cof!, rsrs) favorito, sempre me lembrará que tenho que ser fiel aos meus amigos, além de mostrar que o amor pode estar ali do nosso lado, escondido, mas só na hora certa que ele deverá aparecer.

Essa é a magia que foi implantada na minha vida, graças a J.K. Rowling. Serei eternamente grata a ela por ter me dado uma infância maravilhosa.


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