Eu sempre tenho a péssima sensação de que eu só faço merda em minha vida. Não, não estou brincando, é sério… Faço muita merda mesmo. Tenho o insano costume de esbofetear a cara de alguém — com palavras, claro, não sou tão doida assim, afinal — e depois me arrepender e ficar dias e dias me amargurando. Eu sei que faço muita burrada porque não messo o tamanho das minhas palavras estúpidas movidas pela emoção na hora porque não costumo pensar, só solto o que sinto. Falo mesmo e não estou nem ai — só não sou assim com quem não tenho liberdade, claro.
Pensar mesmo só penso depois, e penso tanto que minha cabeça até dói, meus músculos da nuca chegam a dar pontadas de tensão. E quando não falo? É como se tivesse algo entalado em minha garganta. É sempre tudo ou nada. Eita personalidade chata de se lidar… eita pessoa chata que acredita que deve esperar que outro adivinhe tudo que se passa em sua mente mirabolante, ora cheia de amor, carência, ora cheia de dúvida e raiva. Tsc, tsc, tsc… eu deveria saber que não pode se esperar nada.
E quando não falo o que se passa dentro de mim para alguém, não falo mesmo. Ou, quem sabe, surpreenda-me… ou não, às vezes só é necessário alguém realmente querer que eu fale. Se nada sai de mim, depois eu me viro com a fumaça que sairá da minha cabeça e com ovo da minha garganta. Falar, ou se calar para sempre?
Percebe o tanto que é contraditória a mente humana?