Sou apaixonada por crônicas. Textos objetivos, curtos e grossos, não são longos e possuem início meio e fim. Qualquer pessoa pode ser crônista, penso, desde que saiba articular bem as palavras e que seja breve passando o máximo possível em poucas palavras. Para ser sincera, todos os blogueiros autênticos que conheço tem chances de ser ótimos cronistas. Não duvido nada que um bom cronista/colunista de uma revista famosa foi um blogueiro comum um dia ou que, no mínimo, tinha um caderno com algumas dezenas de folhas rabiscadas.
Hoje percebo que é fácil e era eu quem fazia tudo ficar mais difícil. Nas aulas de português no colégio eu olhava para a cara da professora e perguntava "que diabos é uma crônica, caramba?" e ela me respondia justamente o que acabei de falar ali em cima e eu não entendia como alguém conseguia falar tão bem em tão pouco espaço. Era uó quando ela pedia uma redação na modalidade da crônica e ninguém se dava bem. Já aconteceu isso com você no colégio? De uma professora pedir para fazer uma redação de uma modalidade tal e você ficar só olhando para o papel com cara de anta? É, aconteceu muito comigo.
Os assuntos eram chatos (na época), isso quando não era algo sobre "escreva sobre suas férias de escola". Ai que clichê 😒 mas por que era tão difícil? Meu Deus, aquilo para mim era o fim do mundo. Queria me jogar pela janela e entrar em óbito o mais rápido possível antes que a professora olhasse para o relógio e começasse a olhar feio pra todo mundo pedindo para andar mais rápido. O começo é terrível. Nada era bom. Minhas notas giravam em torno de 20 e 25 nas redações (que sempre valiam 40, como no vestibular daqui). Tudo era forçado. Eu não funcionava sob pressão enquanto tinha o olhar para a professora chata na minha nuca ou testa. 😤
Meu blog nasceu, eu precisava postar, eu tinha de escrever. Com o tempo eu não olhava mais para a cara-de-maracujá-de-gaveta com raiva. Tinha dias que eu até olhava com gratidão, acredite! Fui percebendo que nem tudo que é fácil, que nos dá gosto ou orgulho hoje, foi bom no começo. Tudo passa-se a aperfeiçoar, ficar mais fácil e entender melhor com o tempo. É questão de prática, de meter a cara à tapa e passar raiva.
A vida é como escrever crônicas. Antes era difícil e complicado. Hoje fazemos no