É difícil ver que você machuca algumas pessoas que ama por algo que você acredita que não esteja errado. Você não se sente culpada absolutamente por nada que você fez ou pensa em fazer, já que seu coração diz que você não está cometendo nenhum crime, e é estranho quando a sua razão também concorda com isso — o que fortalece mais ainda as convicções. Mas o que me dói é ver que posso estar machucando pessoas das quais amo muito. Eu entendo perfeitamente o sofrimento delas. É isso que me deixa ruim também, porque eu consigo me colocar no lugar delas e quase poder sentir sua dor.
Eu nunca quis machuca-las, mas não posso seguir seus princípios a vida inteira. Eu tenho os meus próprios a serem seguidos e não acredito que seja falta de respeito segui-los em vez de outros que querem ser impostos sob mim. Os assuntos são delicados e podem refletir graves consequências, mas isso não quer dizer que não pensei em tudo isso. Sei o que estou fazendo e tenho total consciência. Não sou nenhuma idiota que faz as coisas por impulsos sem pensar nas consequências depois, independentemente de situações simples ou complicadas. Fui assim na minha adolescência, quando eu tinha uns 14 ou 15 anos, e tive que enfrentar situações ruins por conta das minhas babaquices. Perdi amizades, pessoas das quais eu amava de verdade, por situações bobas que criei e não calculei o prejuízo que poderia ter.
Posso ser ingênua em muitas coisas, mas não sou mais idiota. Mas o que me resta neste instante é ter paciência. Não quero ferir mais do que já estou ferindo, mesmo eu sabendo que não estou fazendo nada de errado. Meu coração está tranquilo, mas seria egoísmo meu ignorar o que está à minha volta. Neste caso, não posso pensar somente em mim, mas também nas pessoas que amo. E eu não suportaria vê-las sofrer. Há horas em que precisamos ser complacentes para evitar o sofrimento das pessoas que você se importa, mesmo com a consciência limpa.