Quando troquei de layout, eu mudei um pouco o meu estilo de edição fotográfica para combinar com a nova identidade: cores menos saturadas (pelo menos em relação ao que eu costumava a usar, rs), mais leves, clarinhas e luminosas. As fotos de Londres foram as primeiras que utilizei com esta nova edição, e não demorou muito para o pessoal que acompanha o blog perguntar a mim como eu as edito, quais são os programas e tudo mais. Chega mais que explico tudinho para você! 😍
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O formato da imagem
O formato da imagem pelo qual fotografo é em RAW, que é o formato cru de uma fotografia. Ele é crucial para uma boa edição porque tal formato contém todas as informações registradas pela foto através da câmera em sua forma original. Com este formato cru é possível eu editar estas informações sem perder qualidade alguma, pois se mexe diretamente nos dados ao invés de ser em cima de um arquivo "fechado", como o JPEG (que dependendo da edição a imagem perde qualidade e fica pixelado). O formato RAW é a maior qualidade que se tem pra fotografar e, por consequência, as fotos ficam 3x mais pesadas (ou mais) do que se fossem fotografas em JPEG por causa da quantidade de informação.
Dica: Para fotografar livremente sem sofrer com espaço em seu Cartão SD, recomendo um cartão que tenha 32GB de espaço ou mais. Com este cartão dá para tirar cerca de mil fotos e é perfeito para viajar!
Outra consequência também é que não é qualquer editor que abre o formato RAW. Em geral são programas de edição mais profissional.
Não achei este formato na minha câmera. O que faço?
Normalmente, as imagens em seus estados crus não vem literalmente em .RAW. Isso acontece porque cada marca de câmera (profissional ou semi) possui o seu próprio formato cru e estilo de gravar suas informações na fotografia. Por exemplo, o formato RAW das câmeras Nikon é .NEF ou .NRW, enquanto Canon os formatos correspondente .CRW ou .CR2. Há na Wikipédia uma lista das extensões de imagem RAW para as principais marcas de câmera.
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O programa de edição
O programa que utilizo para editar minhas fotos para o blog é o Photoshop Lightroom. Às vezes uso o Photoshop comum quando quero fazer alguma manipulação que requer algo mais avançado, mas no quesito de iluminação, balanço de cores, exposição e correções mais pontuais (como uma espinha, pequena cicatriz, olheira etc) tudo é feito pelo Lightroom.
Por que o Lightroom, Ana?
Você deve estar se perguntando: "Tudo isso pode ser feito no Photoshop?" Sim! Mas no Lightroom, por ser próprio para fotografia, você pode sincronizar suas edições e aplica-las em todas as fotos pra exportar tudo com o mesmo tipo de edição ao mesmo tempo. Na aba "Biblioteca", vai aparecer na coluna da esquerda um botão de "exportar" e na janelinha que for abrir você escolhe o tamanho das fotos, qualidade, nomenclatura e até marca d'água, se quiser. Além disso, você pode colocar palavras-chave nas fotos, copyright, localização, autoria, dados de contato e muito mais dentro das fotografias. Isso ajuda a foto ser localizada nos buscadores da web através dos dados técnicos e também a garantir seus direitos autorais, pois mesmo se uma pessoa copiar uma foto de sua autoria e editar por cima ainda haverá suas informações, evitando assim cópias e usos indevidos. 😎 O site EXIF Data e Jeffrey's Image Metadata Viewer são ótimos para verificar os dados de uma fotografia.
Onde baixo o Lightroom?
Como já deve imaginar, o Lightroom é um programa pago da Adobe. Não acho digno expor aqui um link de torrent para baixar e usar pirata porque, né… nem preciso dizer que seria desonesto. Vai da consciência de cada um se vai usar programa piratex ou não. 🙄 Mas, para nossa sorte, há um plano lindão da Adobe para usar Photoshop + Lightroom (inclusive versão mobile) por menos de R$50!
O método de edição
Se você tem uma pequena noção de Photoshop, provavelmente já ouviu falar das lindas Actions, certo? Se não, uma Action é um arquivozinho instalado no Photoshop que ao clicar faz um conglomerado de ações em sequência na edição de uma imagem, que faz mudanças de tonalidade, saturação ou até mesmo recortes. Tudo em um só clique! O mesmo acontece também para o Lightroom, só que essas ações em conjunto chama-se Preset.
Inicialmente, os presets que usava eram inspirados nos do VSCO CAM, um dos maiores apps de edição de fotos para celular que também tem seus pacotes de edição para fotografia profissional. Eu usava os presets alternativos disponibilizados na web, pois os originais para Lightroom são absurdamente caros e devido a este preço exorbitante uma galera disponibiliza por ai presets frees inspirados nos originais. Com o tempo, aprendi a fazer os meus. Os presets que mais gostei são os inspirados nas séries A (Analog / Aesthetic) e HB (Hypebeast). Cheguei a usar muito os presets do Nathan Johnson, que até fez um pack de 10 presets só baseados no estilo VSCO. E o melhor: são frees! 😍 A foto acima foi usado o preset SP-5 do Nate, inspirado no HB2 do VSCO.
Obviamente, ao usar o preset somente em sua forma original pode não ter o resultado que queremos. Para isso, é preciso mexer nos níveis das configurações da foto para ficar da forma que você desejar. Vai aqui algumas dicas de edição que uso para os pontos-chave mais básicos:
- Temperatura: É o que deixa a cor com aspecto mais "quente" ou mais "frio", puxando os níveis de tons para o azulado ou amarelado. Na minha edição eu opto pela temperatura "fria", ou seja, mais azuladinho, pois ajuda a deixar os tons mais suaves.
- Colorir: Abaixo da ferramenta de temperatura da foto há a de ajuste de níveis de colorização da foto, que vai do tom arroxeado para o esverdeado. Nesta ferramenta gosto de deixar num tom mais arroxeado, pois mesmo na temperatura mais fria, os tons de roxo dão aquele ar mais romântico e acolhedor que as cores quentes tem a tendência de ilustrar. Isso acontece porque o roxo está bem entre o azul e vermelho, e ele é o perfeito equilíbrio entre o quente e o frio.
- Exposição: Se tem uma coisa que amo neste mundo é foto clarinha, dando aquela sensação de que há muita luz no ambiente. Aumento o nível de exposição o máximo que posso, porém sem deixar aquele aspecto esbranquiçado ou muito "estourado". A parte legal é que nas fotos em RAW você consegue controlar muito melhor a exposição de "luz" na foto, deixando ela mais escura se for extremamente clara ou ao contrário de forma bem natural.
- Saturação: Esse é o nível de intensidade da cor. Quanto mais saturada, mais intensa ela é, e quanto menos saturada, menos forte será (e se continuar diminuindo a saturação vai chegar à escala de cinza). Eu gosto de optar por uma foto menos saturada, pois a temperatura e a colorização já estão fazendo seus papeis nas cores, e ao deixa-las levemente menos saturadas do que são fotografas originalmente garante uma suavidade bacana. Acho a saturação muito importante nas minhas edições pois gosto de deixar num nível que combina com os tons leves do layout!
O restante das abinhas de edição da lateral do Lightroom variam demais para cada foto, como nitidez, efeito granulado e tudo mais. Em suma, o que mais uso mesmo são nos níveis básicos acima e já fico bem satisfeita. 😊 O Lightroom oferece tantas opções de edição que às vezes as pessoas ficam um pouquinho perdidas, mas em geral as ferramentas são bem intuitivas e logo pega a prática.
A verdade é que uma edição envolve muito feeling. Uma imagem transmite uma mensagem, humor, sensações. Muitas vezes eu utilizo um preset como base só pra me fornecer a base da edição e trabalho por cima para ficar de acordo com o que quero. Essa brincadeira de edição ajuda a manter o nível de "identidade" das fotos para combinar também com o layout do blog. ;D
Pergunta: Quais são as sensações que você tem sentido com as fotografias postadas ultimamente aqui no blog?
Espero ter ajudado um pouco com essas dicas e sanado pelo menos alguma de suas dúvidas de edição caso tenha se perguntado — e que isso inspire você a trabalhar de forma mais profissional em suas fotografias e torna-las únicas! Depois me conta se colocou essas dicas em prática. Ou você já faz uso do Lightroom? Se sim, como você gosta de editar suas fotos? Que sensação gosta ou busca transmitir?